É um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais. Ela emprega o cavalo como agente promotor de ganhos físicos, psicológicos e educacionais.
Esta atividade exige a participação do corpo inteiro, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da força, tônus muscular, flexibilidade, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilibrio. A interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, o ato de montar e o manuseio final, desenvolve novas formas de socialização, autoconfiança e auto-estima.
PRATICANTE DE EQUOTERAPIA:
É o termo utilizado para designar a pessoa com deficiência e/ou com necessidades especiais quando em atividades equoterápicas. Nesta atividade, o sujeito do processo participa de sua reabilitação, na medida em que interage com o cavalo. A palavra EQUOTERAPIA foi criada pela ANDE-BRASIL, para caracterizar todas as práticas que utilizem o cavalo com técnicas de equitação e atividades eqüestres, objetivando a reabilitação e/ou educação de pessoas com deficiência ou com necessidades especiais.
Foi criada com três intenções:
- a primeira, homenagear a nossa língua mãe - o latim - adotando o radical EQUO que vem de EQUUS;
- a segunda, homenagear o pai da medicina ocidental, o grego HIPÓCRATES de Loo (458 a 377 a.C.), que no seu livro "DAS DIETAS" já aconselhava a prática eqüestre para regenerar a saúde, preservar o corpo humano de muitas doenças e no tratamento de insônia e mencionava que a prática eqüestre, ao ar livre, faz com que os cavaleiros melhorem seu tônus. Por isso, adotou-se TERAPIA que vem do grego THERAPEIA, parte da medicina que trata da aplicação de conhecimento técnico-científico no campo da reabilitação e reeducação;
- a terceira foi estratégica: quem utilizasse a palavra EQUOTERAPIA, totalmente desconhecida até então, estaria engajado nos princípios e normas fundamentais que norteiam esta prática no Brasil, o que facilitaria o reconhecimento do método terapêutico pelos órgãos competentes.
Princípios e fundamentos
Toda atividade equoterápica deve se basear em fundamentos técnico-científicos. O atendimento equoterápico só poderá ser iniciado mediante parecer favorável em avaliação médica, psicológica e fisioterápica.
As atividades equoterápicas devem ser desenvolvidas por equipe multiprofissional com atuação interdisciplinar, que envolva o maior número possível de áreas profissionais nos campos da saúde, educação e equitação.
As sessões de equoterapia podem ser realizadas em grupo, porém o planejamento e o acompanhamento deve ser individualizados. Para acompanhar a evolução do trabalho e avaliar os resultados obtidos, deve haver registros periódicos e sistemáticos das atividades desenvolvidas com os praticantes.
A ética profissional e a preservação da imagem dos praticantes de equoterapia devem ser constantemente observadas. O atendimento equoterápico deve ter um componente de filantropia para que possa, também, atingir classes sociais menos favorecidas, para não se constituir em atividade elitizada.
A segurança física do praticante dever ser uma preocupação constante de toda a equipe, tendo em vista:
o comportamento e atitudes habituais do cavalo e às circunstâncias que podem vir a modificá-los, como por exemplo uma bola arremessada ou um tecido esvoaçando, nas proximidades do animal;
a segurança do equipamento de montaria, particularmente correias, presilhas, estribos, selas e manta;
à vestimenta do cavaleiro, principalmente nos itens que podem trazer desconforto ou riscos de outras naturezas;
o local das sessões onde possam ocorrer ruídos anormais que venham assustar os animais.
A prática da equoterapia objetiva benefícios físicos, psíquicos, educacionais e sociais de pessoas com deficiências físicas ou mentais e/ou com necessidades especiais:
a) deficiências físicas ou mentais causadas por:
lesões neuromotoras de origem encefálica ou medular;
patologias ortopédicas congênitas ou adquiridas por acidentes diversos;
disfunções sensório-motoras.
b) necessidades especiais causadas por:
necessidades educativas especiais;
distúrbios:
evolutivos;
comportamentais;
de aprendizagem.
Áreas de Aplicação da Equoterapia
É sabido que cada indivíduo, com deficiência e/ou com necessidades especiais, tem o seu "perfil", o que o torna único. Isto evidencia a necessidade de formular "programas personalizados", que levem em consideração as exigências para aquele indivíduo, naquela determinada fase de seu processo evolutivo.
A equoterapia é aplicada por intermédio de programas específicos organizados de acordo com as necessidades e potencialidades do praticante, da finalidade do programa e dos objetivos a serem alcançados, com duas ênfases:
a primeira, com intenções especificamente terapêuticas utilizando técnicas que visem a reabilitação física e/ou mental;
a segunda, com fins educacionais e/ou sociais com a aplicação de técnicas psicopedagógicas, visando a integração ou reintegração sócio-familiar.
As áreas de aplicação da Equoterapia são:
reabilitação, para pessoas com deficiência física e/ou mental;
educação, para pessoas com necessidades educativas especiais e outros;
social, para pessoas com distúrbios evolutivos ou comportamentais.
Equipe multiprofissional com atuação interdisciplinar
O atendimento na Equoterapia é precedido de diagnóstico, indicação médica e avaliações de profissionais das áreas de saúde e educação com o objetivo de planejar o atendimento equoterápico individualizado.
A prática da equoterapia é realizada por equipe multiprofissional que atua de forma interdisciplinar. A equipe deve ser a mais ampla possível, composta por profissionais das áreas de saúde, educação e equitação, especializados na reabilitação e/ou educação de pessoas com deficiências e/ou necessidades especiais, tais como: fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, professor de educação física, pedagogo, fonoaudiólogo, assistente social e outros.
A composição da equipe multiprofissional deve levar em consideração:
o programa a ser executado;
a finalidade do programa;
os objeticvos a serem atingidos.
A composição mínima da equipe básica de um centro deve ser de três profissionais: um fisioterapeuta, um psicólogo e um profissional de equitação. Pré-requisito básico para filiação de um Centro de Equoterapia à ANDE-BRASIL.
Com a colaboração: ANDE BRASIL – Associação Nacional de Equoterapia
Web: http://www.equoterapia.org.br/
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